sábado, 14 de março de 2009

Com falta de funcionários, alunos e professores fazem faxina em colégio de São Paulo

Foto: Folha on-line.

Notícia do Jornal Agora.

O dia ontem na escola estadual Francisco de Paula Vicente de Azevedo, no Parque Bologne (zona sul de SP), começou um pouco diferente. Alunos e professores trocaram os cadernos e lápis por vassouras, rodos e baldes e, em vez de aulas, eles tiveram outra atividade: fazer faxina.

Por causa da falta de funcionários na escola administrada pelo governo estadual, pais de alunos, estudantes e professores organizaram um mutirão para limpar o prédio de dois andares, que atende 917 crianças e jovens do ensino fundamental.

Os voluntários tiveram trabalho para limpar as 16 salas de aula, além de quadras, banheiros e outras dependências da unidade. A limpeza começou cedo. Às 7h, cerca de 20 alunos e professores já lavavam as salas de aula.

A faxina, que estava prevista para durar o dia todo, começou no segundo andar do prédio e iria se estender até a parte de fora, já que o mato ao lado da quadra poliesportiva, por exemplo, chegava a quase um metro de altura.

Os pais estão indignados. Eles contam que, desde o ano passado, há apenas duas funcionárias que trabalham na escola e que são responsáveis pela merenda. Uma é encarregada do lanche da manhã, a outra cuida do turno da tarde. Além da comida, o máximo que elas conseguem é limpar os banheiros.

O mutirão de ontem foi o segundo: o anterior aconteceu no final do ano passado.
Os estudantes reclamam. "A gente não pode nem tomar água, porque a pia é imunda. O banheiro, então, nem se fala", conta uma jovem.

A limpeza básica das salas de aula e das outras dependências fica por conta dos próprios alunos e professores. "Às vezes eles dão uma vassoura e alguns panos e nós mesmos limpamos a sala de aula", conta uma outra aluna de 13 anos, da 8ª série.

Os professores, além de preparar aulas, ensinar e corrigir provas, também cuidam da faxina. "O pátio fica uma sujeira depois do intervalo. Damos um jeito, mas não resolve", diz um professor.

Outro lado

Procurada, a direção da escola pediu para procurar a Secretaria de Estado da Educação. O governo José Serra (PSDB) diz que um funcionário da unidade está em férias e que contratará uma empresa especializada.

FONTE: FOLHA ON LINE.

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Este fato é muito comum nas escolas públicas paulistas. O Estado não quer ter "gastos" com educação, e portanto não contrata funcionários. É a política neoliberal. O Estado não pode gastar com o social e para cortar gastos, retira direitos dos trabalhadores. Ao invés de contratar funcionários, o governo paulista prefere terceirizar o serviço de faxina das escolas. Até contratar uma empresa (licitação/burocracia) a escola continuará com os mesmos problemas e alunos e professores continiarão perdendo aulas para cumprir uma função que não são deles.

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