Recentemente a Secretária da Educação Maria Helena Guimarães Castro anunciou algumas medidas para melhorar a Educação Pública Paulista, e dessa forma, foi lançado o IDESP, um indicador composto que quantifica o qualitativo; ou melhor dizendo, mede a qualidade do ensino de cada escola estadual paulista. Assim, é necessário tecer algumas considerações sobre esse índice, que usa como parâmetros o desempenho dos alunos no SARESP e o FLUXO escolar.
É importante medir a qualidade da educação, saber os pontos fortes e fracos de cada escola, saber onde a equipe gestora pode intervir e elaborar um plano para melhorar os níveis de ensino. Nesta questão o índice é uma boa medida e vai ajudar as direções das escolas.
Mas, é preciso tomar cuidado para que este índice não se torne um “ranking” e faça com as escolas sejam classificadas como melhores ou piores e não estimule a competitividade entre as escolas. A educação é um bem construído coletivamente, e dessa forma, cada escola tem uma clientela específica, e uma realidade socioeconômica que interfere nos resultados finais e não permite comparações entes unidades escolares. Como já foi dito pelo grande mestre Paulo Freire “não há saberes maiores ou menores, mas sim saberes diferentes”, e isso deve ser levado em consideração. Assim, cada escola tem sua particularidade e cada aluno sua especificidade na busca e construção do conhecimento.
Outro fato importante, o IDESP, lançado pelo governo do PSDB leva em conta a evolução do ensino a longo prazo, ou seja, um período de 30 anos. Esse longo período é preocupante, posto que a educação sempre trabalha com planos decimais (10 anos) e os governos mudam de quatro em quatro anos. Portanto, as políticas públicas mudam rapidamente. Mesmo o PSDB há 13 anos no poder já mudou várias vezes as políticas educacionais. É preciso tomar muito cuidado com políticas de longo prazo, pois trabalhos sérios e que tenham resultados podem ser abandonados e esquecidos apenas por uma mudança política. Esse índice pode ser uma boa medida, mas só terá resultados se for levado a sério e sem que haja mudanças que o deixe de lado.
Dessa forma, é preciso refletir mais e melhor sobre essa nova medida, avaliar o que ela tem de bom e de ruim.
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