segunda-feira, 27 de abril de 2009

MP abre investigação sobre contrato com a Revista Nova Escola

O Ministério Público Estadual acolheu a representação do deputado federal Ivan Valente e dos deputados estaduais do PSOL, Carlos Giannazi e Raul Marcelo e abriu o Inquérito Civil No. 249/2009 para apurar irregularidades no contrato firmado, sem licitação, entre a Secretaria Estadual de Educação e a Fundação Victor Civita – do Grupo Abril – para aquisição de 220 mil assinaturas anuais da revista Nova Escola, no valor de R$ 3,7 milhões.

A Secretaria da Educação desconsiderou a existência de outras publicações da área, beneficiando a editora contratada, não consultou os educadores e passou para esta Fundação privada os endereços pessoais dos professores, sem qualquer comunicado ou pedido de autorização dos mesmos, permitindo, inclusive, outras destinações comerciais aos seus dados particulares.

O Promotor Antonio Celso Campos de Oliveira Faria, designado para o caso, oficiou a FDE, órgão do Governo Estadual responsável pela contratação, solicitando que esclareça os motivos da contratação e cogitando a suspensão do contrato. A Diretora de Projetos Especiais da FDE já foi intimada a prestar depoimento nos próximos dias.

Além disso, oficiou a APEOESP para que a entidade informe se foi consultada sobre a escolha da Revista Nova Escola e se ocorreram reclamações por parte dos professores em função do fornecimento de seus endereços particulares. Por fim notificou outras editoras que atuam no ramo educacional, consultando se teriam condições de participar da Licitação.

Este despacho inicial do MP já é uma importante vitória para o movimento dos professores frentes aos desmandos do Governo Serra na educação. Vamos acompanhar a tramitação do processo e pressionar para que os responsáveis por esta contratação que lesa os cofres e os interesses públicos sejam punidos com o rigor da lei.

texto do site do PSOL

quinta-feira, 23 de abril de 2009

Dia de Luta

Dia 24 de abril, dia nacional de luta dos Professores. Pela imediata implementação da lei do Piso salarial.

Não vamos abrir mão!
Todos à Assembleia estadual, às 14 Horas na Praça da Republica-SP.
Professores do Brasil, uni-vos!

sexta-feira, 17 de abril de 2009

Professores da Rede Municipal de São Paulo fizeram manifestação e derão inicio a negociações

Um grupo de professores municipais realizou na tarde desta sexta-feira, 17 um ato de protesto para reivindicar melhorias salariais no centro de São Paulo.
A categoria pede aumento salarial real, incorporação das gratificações ao salário-base (que beneficia principalmente os aposentados) e redução do número de alunos por sala, entre outros pontos. Um professor de ensino fundamental, em início de carreira, recebe R$ 1.121 (jornada de 30 horas).
Uma comissão dos manifestantes foi recebida na Secretaria Municipal de Gestão. A categoria decidiu aguardar o prazo pedido para a secretaria para analisar as reivindicações, até o dia 30. De acordo com a decisão do órgão, a categoria definirá sobre a paralisação e nova manifestação.
"Como fixaram até o final do mês para dar resposta, nós votamos aqui para, no dia 30, realizar uma outra reunião. Se o governo apresentar a resposta antes nós vamos usar uma reunião que faremos dia 27 para avaliar a resposta do governo. Se não apresentar nada até dia 30, estaremos aqui novamente e vamos deliberar sobre a greve. Por enquanto estamos em campanha, para pressionar o governo", afirmou o presidente do sindicato.
O Sinpeem (sindicato dos professores) alega que há espaço para aumento salarial, uma vez que a prefeitura tem gastado menos de 40% de suas receitas com folha de pagamento.

quinta-feira, 16 de abril de 2009

Professores do Distrito Federal Seguem firmes na Luta, e a Greve continua!

AnônimoRecebido por Neliane Cunha
Fonte: Imprensa - Sinpro/DF
DEZ MIL PROFESSOR@S VOTAM PELA CONTINUIDADE DA GREVE


Não adiantou o descaso do GDF nem a parcialidade da grande imprensa. Com 99% de votos favoráveis, a Assembléia Geral desta quarta-feira, 15, deliberou pela continuidade da greve por tempo indeterminado. Cerca de 10 mil professores estiveram presentes no estacionamento do Buritinga, quase o dobro do número de participantes da Assembléia anterior, realizada no dia 7 de abril.

A Assembléia Geral aconteceu um dia depois que o GDF reafirmou, em encontros oficiais, o descaso com a luta dos professores. Até a manhã da quarta-feira, o governo não havia apresentado qualquer proposta para o Sindicato. Na terça-feira,14, duas reuniões envolvendo o governo local mostraram que o Executivo não estava levando a paralisação da categoria a sério.

Na primeira das reuniões, uma Audiência de Conciliação marcada pela Procuradoria Regional do Trabalho, o Secretário de Educação, José Valente, não se dignou a aparecer. Enviou dois advogados em seu lugar, sem qualquer poder de decisão. Na segunda, promovida pela CUT, e reunindo representantes de entidades da sociedade Civil, em Águas Claras, o governador Arruda, pressionado, resolveu abrir uma rodada de negociação com o Sindicato, nesta quarta-feira, 15.(Veja matérias no site).

“Falamos na reunião desta terça para o governador que um movimento grevista não se resolve com agressões ou provocações, mas sim com a negociação”, falou na Assembléia o deputado federal Geraldo Magela, representando todos os parlamentares. “A greve está incomodando o governo e balançando a sociedade. Toda a população sabe que os professores estão lutando pelo cumprimento da lei”, afirmou por sua vez Rejane Pitanga, presidente da CUT.

Irritados com o desrespeito do GDF, os professores resolveram dar uma resposta na Assembléia Geral desta quarta-feira, que contou com a presença de parlamentares, sindicalistas e estudantes das escolas públicas. A deliberação maciça favorável à continuidade da greve foi recebida com aplausos e palavras de ordem: “A greve continua. Arruda a culpa é sua”.

Unida, a categoria acha que, agora, o movimento saiu ainda mais fortalecido. “Tudo o que temos hoje foi conseguido através de muito luta. Por isso, temos agora que lutar, lutar e lutar”, defende Gisele Cunha, da Escola Classe 01, de Brazlândia. “A gente tem que fazer pressão em cima do governo. Tem direito à greve e ao reajuste de 15,31%. Por isso, precisamos reagir a esse governo imoral”, complementa Maria Elenir de Lima.

Afinada com a paralisação, a categoria não admite a forma como o GDF a está tratando. “O Arruda acredita que os professores são uma classe desprivilegiada, que outras categorias merecem mesmo ganhar mais que a gente. Dinheiro ele tem para pagar o reajuste. Mas, ele prefere gastar com festa. Esse não é o momento de recuar. Não tem como aceitar zero de reajuste”, argumenta Henrique Serra, da Escola Parque 210/11, do Plano Piloto.

Além de manter a greve, os professores definiram ainda a data e local da próxima Assembléia Geral: sexta-feira, 17, em frente ao Buritinga. Foi aprovada ainda a realização de assembléias regionais nesta quinta-feira, 16, nos mesmos locais onde aconteceram as últimas.

domingo, 12 de abril de 2009

Manifesto em defesa da valorização dos profissionais da educação

Diante da tentativa dos governadores de impedir a implantação da Lei nº 11.738/08 - que institui o piso salarial profissional nacional para os profissionais do magistério público da educação básica -, conclamamos a comunidade educacional e a sociedade brasileira a promover um amplo movimento em defesa da educação e de seus profissionais.

Ao decidir impetrar uma Ação Direta de Inconstitucionalidade - ADI contra a Lei, antes mesmo de sua concretização, os governadores:

* negam aos estudantes, especialmente aos oriundos das classes populares, o direito à educação de qualidade para o qual concorre o profissionalismo dos educadores;
* invertem as prioridades das políticas públicas e as responsabilidades do Estado em promovê-las;
* caminham na contramão do percurso civilizatório baseado no acesso igualitário aos bens materiais e culturais produzidos pela humanidade.

O Brasil ainda tem dívidas educacionais incompatíveis com um projeto de desenvolvimento socialmente justo, inclusivo e baseado em uma soberania solidária. O analfabetismo, o baixo percentual de oferta de educação infantil, média e profissional, a insuficiência e a desproporção de vagas nas universidades públicas são apenas alguns exemplos dos desafios deste período histórico.

Para superar este descompasso, o país precisa ampliar o financiamento, aprofundar a gestão democrática e valorizar os profissionais da educação, promovendo sua formação, instituindo carreiras e permitindo sua dedicação exclusiva à educação, por meio de salários dignos.

Se os estados e os municípios brasileiros não puderem honrar um compromisso tão modesto com esta geração de estudantes, precisam, urgentemente, repensar o papel do Estado e dos governos para com a sociedade.

Fonte: CNTE

"Saresp é uma enganação" - afirmam especialistas em educação.



O Saresp é uma grande invenção!
Claro que sim, faz o povo acreditar que tudo melhorou na educação!
Veja, em mais um conto Tucano.


O modelo de avaliação adotado pelo governo estadual é criticado por especialistas, que não veem motivos para comemorar avanços com a divulgação de notas tão baixas. "O Saresp é uma enganação. As pessoas que acreditam nele não entendem de educação. Não é preciso fazer contas para saber que o nível é baixo, que o povo continua ignorante", acusa o professor Vitor Paro, da Faculdade de Educação da USP (Universidade de São Paulo).
Para o colega Ocimar Alavarse, os dados são alarmantes. "No caso de matemática, por exemplo, mesmo com o pequeno avanço, mais de três quartos dos alunos não atingiram o nível esperado pela própria secretaria", disse.
Alavarse acredita que os dados indicam que os programas do governo parecem não ter surtido efeito. "É preciso uma investigação séria dos projetos e da situação das escolas. São Paulo, com sua condição financeira, não poder ter esse número de alunos sem o conhecimento adequado", completou.



fonte:http://www.agora.uol.com.br

MPE aprova concurso para a contratação de Temporários

Para promotor, “salta aos olhos a necessidade de processo seletivo”. Decisão final caberá à mesma juíza que suspendeu a prova.

O Ministério Público Estadual se posicionou a favor do exame de seleção dos professores temporários, objeto de disputa judicial entre o governo de São Paulo e a Apeoesp, sindicato dos docentes do Estado.
Na análise do processo em que o sindicato contesta a chamada provinha, o promotor Rogério Alvarez de Oliveira afirma que “salta aos olhos a necessidade de processo seletivo” como “garantia de padrão de qualidade do ensino”.
O promotor diz ainda “não vislumbrar a ocorrência de afronta ao ordenamento constitucional” no exame realizado pela Secretaria Estadual da Educação para contratar os temporários, que representavam cerca de 48% dos 218 mil professores da rede estadual em dezembro, porcentual que o governo promete reduzir por meio de concurso previsto para este ano.

Mudança
Criada em decreto do governador José Serra (PSDB) de maio de 2008, a provinha foi realizada pela primeira vez no fim do ano passado, alterando um sistema de seleção de docentes baseado no tempo de serviço.
O parecer do MP abre caminho para a vitória do governo estadual no processo que discute se o Estado pode ou não selecionar os temporários por meio de uma prova.
A decisão final caberá à juíza Maria Gabriella Pavlopoulos Spaolonzi, da 13ª Vara da Fazenda Pública, que deve julgar o mérito da questão depois de ouvir novamente as partes. Foi a magistrada que concedeu a liminar (decisão provisória) que suspendeu os efeitos da prova, em janeiro.

Na verdade, o que nós professores precisamos é que haja concurso publico para a efetivação de professores e não de "provnha" para que o professor seja contratado precariamente.

fonte:http://g1.globo.com

sexta-feira, 10 de abril de 2009

Uma outra escola é possivel: Veja dicas em Blog

Contra a escola amordaçada, condicionada e tutelada pelo poder governamental!
Uma outra escola é possível!


Dicas e sugestões para todos os estudantes, desde os alunos do secundário e básico até aos estudantes do ensino superior, transformarem as escolas e o tipo de ensino e de educação que lhes é ministrado.

terça-feira, 7 de abril de 2009

Professores do Distrito Federal em Greve


Foto Da assembleia dos professores do DF - Fonte CMI

Os Professores da Rede pública do Distrito Federal decretaram greve por tempo indeterminado. A decisão foi tomada na Assembleia realizada no dia 07 de Abril. Os professores reivindicam a aplicação do Plano de Carreira.

Mais

Fonte: CMI

sábado, 4 de abril de 2009

Conselho limita docentes temporários a 10% na rede pública de ensino

O Conselho Nacional de Educação aprovou ontem norma que fixa em 10% o limite de professores temporários na rede pública de ensino do país. Na rede estadual de São Paulo, o percentual é de 44%. Pelo dispositivo, toda vez que o teto for ultrapassado, é preciso abrir concurso público para contratar efetivos.

A norma, que precisa ser confirmada pelo ministro da Educação, determina diretrizes para os planos de carreira dos professores do ensino básico. A princípio, o MEC (Ministério da Educação) diz concordar com diversos pontos, inclusive com o dos temporários.

Não foi estipulado prazo para a redução dos não-efetivos, mas a medida deve atingir quase todos os Estados --cerca de 20% dos docentes das redes estaduais não são efetivos.

Educadores apontam a situação como uma explicação para a má qualidade do ensino, pois os temporários não passaram por uma seleção rigorosa (concurso público) e tendem a não ter continuidade no trabalho.

Neste ano, um impasse na contratação desses docentes atrasou o início das aulas na rede estadual paulista. O governo tentou usar uma prova como critério de seleção, mas os sindicatos foram à Justiça e barraram a iniciativa. "A falta de concursos públicos regulares causou essa situação em São Paulo e também no restante do país", disse a relatora da norma, Maria Izabel Noronha, presidente da Apeoesp (sindicato dos professores da rede de São Paulo).

"Os concursos não precisam ser feitos de uma vez. Mas é preciso que haja cronograma." Em SP, dos 230 mil docentes, 100 mil são temporários. Um número pequeno de temporários é tido como necessário para trocas pontuais (afastamento por doença, por exemplo).

A Secretaria da Educação do governo José Serra (PSDB-SP) disse que só irá se manifestar após a eventual homologação da norma. Anteriormente, a pasta disse que preparava a criação de 75 mil cargos públicos. A proposta, porém, não foi enviada à Assembleia (a abertura de concurso depende de aval do Legislativo).

A norma aprovada em 03 de abril de 2009 determina também a rede pública de ensino nacional deve ter plano de carreira, o que não ocorre na maioria dos municípios, de acordo com o MEC.

24 de Abril - Dia de Luta


Dia 24 de abril é um dia de luta para os professores de todo o país, em defesa da implementação integral da Lei do Piso Salarial Nacional.

Em São Paulo, haverá Assembléia dos Professores na Praça da República, com Paralisação em todas as escolas do Estado. A Reivindicação também é por aumento salarial de 27,5%; isto para repor as perdas das últimas décadas.

O Piso é Lei, e não abriremos mão!
Por Salário e condições dignas de trabalho.

Greve dos Professores no RN completa 1 mês

A greve dos professores da educação estadual do Rio Grande do Norte completa um mês sem perspectivas de terminar. Na manhã de ontem (2), 700 professores reunidos na escola Winston Churchill decidiram manter a paralisação devido à proposta do Governo de não contemplar os funcionários da educação - como porteiros e merendeiras - nem os docentes aposentados, uma faixa de 50% da categoria ter ficado sem acréscimo salarial e as gratificações pessoais terem ficado dentro do piso salarial apresentado.

saiba mais


http://www.cnte.org.br

sexta-feira, 3 de abril de 2009

CNE aprova novas Diretrizes Nacionais da Carreira do Magistério

O Conselho Nacional de Educação aprovou o Parecer e Projeto de Resolução que fixam as Novas Diretrizes Nacionais de Carreira e Remuneração dos Profissionais do Magistério da Educação Básica Pública. A votação ocorreu no dia 02 de abril em Brasília.

O documento aprovado servirá de base para que os Sistemas de Ensino da União, dos Estados e dos Municípios elaborem suas respectivas leis do magistério até o dia 31 de dezembro deste ano.

As Novas Diretrizes, relatadas pela professora Maria Izabel Azevedo Noronha, presidenta da APEOESP e membro do CNE, tratam da conceituação de magistério, das fontes de financiamento da sua remuneração, dos critérios de ingresso e progressão na carreira, das condições de trabalho e dos critérios de avaliação profissional.

A proposta vem sendo discutida há mais de um ano e foi submetida a três audiências públicas nacionais e dezenas de reuniões específicas.

O texto aprovado substitui a antiga Resolução nº. 03/97 e agora segue para homologação ministerial. Uma vez homologado, será publicada a Nova Resolução com efeito sobre todo o território nacional.

A comissão responsável pela elaboração das Diretrizes foi presidida pelo professor Cesar Calegari.

Fonte: Apeoesp

MEC propõe mudanças no Enem e unificação dos vestibulares de universidades federais

O MEC (Ministério da Educação) anunciou nesta terça-feira, 31/03, uma proposta de reformulação do Enem (Exame Nacional do Ensino Médio), que passaria a ser composto por 200 questões, ao invés das 63 atuais. A proposta também prevê a substituição dos vestibulares das universidades federais pela avaliação.

A proposta foi entregue para a Andifes (Associação Nacional dos Dirigentes das Instituições Federais de Ensino Superior) e precisa da aprovação dos reitores das universidades para entrar em vigor. De acordo com o ministério, o objetivo das mudanças é reestruturar o conteúdo aplicado pelo ensino médio.

"Buscamos um exame nacional unificado, desenvolvido com base numa concepção de prova focada em habilidades e conteúdos mais relevantes, o que sinalizaria para o ensino médio orientações curriculares expressas de modo claro, intencional e articulado para cada área de conhecimento", afirma a proposta.

Para o ministério, a unificação do vestibular das universidades federais também vai beneficiar os candidatos que não precisarão se deslocar para diferentes lugares para realizar a prova. Segundo dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios 2007 (Pnad/IBGE), de todos os estudantes matriculados no primeiro ano do ensino superior, apenas 0,04% residem no Estado onde estudam há menos de um ano.

A nova prova, proposta pelo MEC, seria composta por quatro testes, sendo um de cada área do conhecimento: linguagens, códigos e suas tecnologias (1), ciências humanas e suas tecnologias (2), ciências da natureza e suas tecnologias (3) e matemática e suas tecnologias (4). Cada teste teria 50 questões, totalizando 200, que seriam divididas em dois dias de provas.

Fonte: Folha on-line

quinta-feira, 2 de abril de 2009

Educação: Duas Visões

FERNANDO HADDAD

O Brasil se transformou, dessa forma, num enorme laboratório em que várias concepções de educação vão sendo testadas
ADESÃO dos 27 governadores e 5.563 prefeitos ao Plano de Desenvolvimento da Educação (PDE), do governo federal, pode passar a falsa impressão de que há consenso acerca do que precisa ser feito pela educação brasileira.
De fato, o Ministério da Educação, de comum acordo com os gestores locais, definiu 28 diretrizes, como avaliação por escola, escolha criteriosa de diretores, obrigatoriedade de aulas de recuperação para alunos defasados, regulamentação do estágio probatório, valorização do mérito e da carreira de professor, promoção da educação infantil etc.
Além disso, fixou para o país, para cada rede e cada escola metas de qualidade, valendo-se do Ideb, indicador de qualidade que combina o resultado dos exames nacionais de proficiência em matemática e leitura e as taxas de aprovação.
Havia grande resistência na divulgação dos resultados por escola, mas mesmo os governos estadual e municipais que não aderiram à Prova Brasil em 2005 foram vencidos pela evidência de que esse é um direito das famílias que contribui para a melhoria da qualidade e da gestão da educação. Contudo, se há acordo em relação a diretrizes e metas, o mesmo não pode ser dito em relação a estratégias.
O Brasil, dessa forma, se transformou num enorme laboratório em que várias concepções de educação vão sendo testadas, e experiências, trocadas, tendo como pano de fundo o direito fundamental do aluno de aprender.
É possível, dois anos após o lançamento do PDE, agrupar essas estratégias em torno de dois eixos: um mais progressista e um mais conservador. Mais ou menos financiamento? Os especialistas se dividem. Alguns defendem que o patamar herdado de investimento público em educação como proporção do PIB, de 4%, é suficiente e que o problema reside na gestão desses recursos. Outros defendem a ampliação dos investimentos para, no mínimo, 6%, com melhor gestão. O governo federal pretende atingir, em 2010, a meta de 5%, em trajetória ascendente.
Os conservadores, na reforma tributária, trabalham nos bastidores pela desvinculação de receitas dos Estados para a educação, a chamada DRE; os progressistas comemoram a iminência do fim da DRU, dispositivo constitucional que, desde 1995, retira mais de 20% do orçamento do Ministério da Educação. Avaliação para quê? Premiar e punir, sugerem alguns. Aqui há que considerar certos aspectos. Se não acompanhado de aumento do financiamento, mais recursos para escolas que cumprem metas de qualidade pode significar menos recursos para as que não cumprem. Isso pode implicar punir uma segunda vez alunos de escolas que não avançam.
Outra possibilidade é aquela que, ao ampliar o financiamento, promove as transferências adicionais de recursos, combinando a lógica do mérito à da colaboração: repasses automáticos para escolas que cumprem metas, ampliando sua autonomia, e repasses condicionados à elaboração, com apoio técnico, de um plano de desenvolvimento pedagógico e formação de professores para escolas cujos indicadores de qualidade as situem abaixo da média. O MEC, desde 2007, de forma pioneira, repassa diretamente recursos adicionais para as escolas públicas do país utilizando esse critério.
Por fim, o mais importante: a questão dos professores. Uma ala faz recair sobre os ombros do magistério toda a responsabilidade pela baixa qualidade do ensino. As instituições de ensino superior que os formam e os gestores que os contratam quase nunca são lembrados, embora baixos salários, contratos temporários e formação inicial e continuada precária sejam a regra em nosso país. Reforça-se, assim, aquilo que Theodor Adorno chamou de "tabus acerca do magistério", num ensaio mais do que atual.
Noutro polo estão os que entendem que "os melhores professores do Brasil são os professores do Brasil" e que a guerra contra a má qualidade do ensino se ganha com eles, e não contra eles.
Defendem o piso nacional do magistério, constroem a carreira com a categoria e procuram corresponsabilizar a classe política e as instituições formadoras pelos destinos da educação. Nessa direção, o Ministério da Educação, a partir de 2005, divulga o Ideb de cada rede de ensino às vésperas de cada eleição e, por meio do Sistema Nacional de Avaliação da Educação Superior (Sinaes), fecha cursos de licenciatura de baixa qualidade. Como se vê, o Brasil deu importantes passos, mas há muito debate pela frente.

FERNANDO HADDAD, 46, advogado, mestre em economia, doutor em filosofia e professor de teoria política da USP, é ministro da Educação.

PROFESSORES EXIGEM REAJUSTE SALARIAL

Reunidos em assembléia na Praça da República em 27 de março último, professores de todo o Estado deram início à campanha salarial e educacional de 2009. Os presentes aprovaram a pauta de reivindicações e o calendário de atividades em defesa da escola pública e dos direitos dos profissionais da educação.

A assembléia repudiou qualquer política de bonificação e gratificações e aprovou a continuidade da luta por um reajuste que reponha as perdas salariais(27,5%), extensivo aos aposentados; estabilidade a todos os professores admitidos em caráter temporário; ingresso por concurso público classificatório; incorporação de todas as gratificações; garantia de 33% da jornada para atividade extraclasse (conforme determina a Lei do Piso); novo Plano de Carreira; piso do Dieese; entre outros itens.

A substituição da secretária de Educação Maria Helena Guimarães de Castro foi comemorada pelos professores, porém, não alterará as ações em defesa dos direitos, da escola pública e do reconhecimento social do Magistério. Nos próximos dias, a diretoria da APEOESP encaminhará a pauta de reivindicações ao novo secretário com solicitação de audiência.

Como parte das ações de luta, a categoria aprovou o seguinte calendário:

30/03: participação no ato conjunto das centrais sindicais em defesa do emprego

02/04: presença da APEOESP durante votação das diretrizes nacionais da carreira do Magistério que acontecerá no Conselho Nacional de Educação (MEC)

02/04: ato em frente ao Supremo Tribunal Federal pela aplicação da Lei do Piso Salarial Nacional

20 a 24/04: Semana Nacional em Defesa da Educação Pública organizada pela Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação (CNTE)

24/04: dia de paralisação em todas as escolas. Realização de nova assembléia dos professores.

Fonte: Apeoesp - Fax Urgente 15