domingo, 27 de julho de 2008

É preciso ouvir a voz do professorado - Sérgio Haddad.


Posto aqui Texto do Educador, Sociólogo e Historiador Sérgio Haddad, que muito contribui para que se Reflita sobre a importância dos Professores.

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A imagem do professorado da escola pública está desgastada. A cobertura da educação na mídia é o espelho desse desgaste. Uma vez ao ano, no Dia do Professor, os meios de comunicação esforçam-se para mostrar profissionais travestidos de heróis - sempre um exemplo individual de uma pessoa boa e comprometida que não exerce uma profissão, mas sim um sacerdócio.

No coletivo, como categoria profissional, o professorado de escola pública só aparece na mídia de forma negativa. Quase sempre a ele é imputada a responsabilidade por todos os males do ensino: ou é mal formado, ou sem interesse, ou falta muito às aulas, ou é incompetente, ou é corporativo - só pensa no salário e na carreira e não nos alunos -, ou, ainda, é um coitado, vítima da violência dos próprios alunos.

Quase sempre a voz que aparece nos meios de comunicação é a voz dos dirigentes ou dos chamados especialistas; nunca do professorado. Entre os "especialistas" , ultimamente, quem mais tem falado são os empresários. Falam do sentido de uma educação para o desenvolvimento e para a economia, criticam o modelo de gestão, falam em produtividade do sistema e em como obter melhores respostas com menores custos. Se pudessem, substituiriam os professores por máquinas, pois estas podem ser domadas.

As soluções apresentadas para a melhoria da qualidade sempre são definidas independentemente dos professores, por cima deles, considerando que eles são pacientes das reformas - e não agentes. Afinal, se são culpados por todos os males, por que então tomá-los em consideração?

O silêncio dos professores e das professoras da escola pública é um reflexo de dois fenômenos complementares: de um lado, a desvalorização do trabalho do docente; por outro, a existência de mecanismos repressivos que impedem o seu livre expressar.

Já de há muito o trabalho docente vem deixando de ser considerado fundamental. Seu lugar social e seu papel foram sendo desprestigiados pelas contínuas reformas educativas que, em seu nome, são implementadas. Inicialmente, pela constante desvalorização do seu salário - o que torna o trabalho docente desprestigiado frente às demais categorias profissionais, além de evasão de quadros e da superexploraçã o daqueles que têm que estar em muitos lugares ao mesmo tempo para poder pagar as suas contas. O excesso de trabalho, além de prejudicar sua saúde, não permite que o professor prepare bem as suas aulas, que se atualize, que mantenha condições de ter um acompanhamento mais próximo dos seus alunos. Dessa forma, o professor é levado a se desumanizar e passa a ser um "dador" de aulas, que entra na sala quase sempre de forma mecânica para cumprir suas muitas jornadas de trabalho. Sua voz tende a ser a da repetição - e não a da criação, da discussão, da produção de conhecimentos.

Mas as reformas também pouco se preocupam com a prática do professor, com sua experiência de trabalho; afinal, dizem os dirigentes, é preciso instrumentalizá -lo para que exerça sua profissão com qualidade. Não é necessário pensar, basta um currículo centralizado, um material didático descritivo nas suas mãos e orientações de como transmitir o conteúdo. As avaliações de massa servem para que os alunos se comparem quanto a seu desempenho no jogo do mercado educacional e assim busquem, por vontade própria, aprender o não aprendido ou mudar de escola ou de professor. E assim vamos seguindo de reforma em reforma, de cima para baixo, tentando fazer da profissão docente uma peça na engrenagem constituída de fora para dentro das salas de aulas.

Então por que os professores não se expressam sobre suas condições de trabalho, sobre as mudanças que julgam necessárias, sobre o ofício de docente? Em conversas com jornalistas sobre a ausência da voz do professorado nas reportagens e matérias sobre políticas educacionais, foi identificado o tolhimento da sua expressão livre, baseado em mecanismos repressivos explícitos ou não.

Uma das formas de tolhimento da voz do professor é o Estatuto dos Funcionários Públicos. Conforme levantamento realizado pelo Observatório da Educação da Ação Educativa em 25 estados do País, em 18 deles professores e outros servidores têm sua liberdade de expressão cerceada. O texto varia entre os estados, mas, de modo geral, "tem o mesmo sentido: proíbe que funcionários públicos emitam publicamente opinião a respeito de atos da administração. Na prática, o estatuto permite que a crítica a uma política pública de educação, por exemplo, seja punida como referência depreciativa" . Dos 18 estados identificados, em 10 os estatutos foram produzidos durante a ditadura militar e até o momento não houve revogação; nos outros 8 estados, as leis já nasceram inconstitucionais, pois foram elaboradas na década de 1990.

Aplicado ou não o estatuto nos dias de hoje, a grande verdade é que ele permanece como uma espada sobre a voz pública do professor, condicionando- o a pedir permissão a seus superiores para poder expressar sua opinião, em particular em relação às políticas de seus governos.

A escola pública tem sido muito criticada, mas não há condições de resgate da sua qualidade sem a participação ativa dos seus professores e professoras. Participação ativa significa uma participação humanizadora, respeitadora da sua condição de profissional, que é ao mesmo tempo transmissor de conhecimentos, mas fundamentalmente produtor de conhecimentos.

Isso significa que respeitar sua dignidade é respeitar sua capacidade de analisar sua prática e construir os instrumentos e conhecimentos necessários a seu aprimoramento como profissional. Só há aprendizagem quando ocorre de dentro para fora, quando o docente se identifica em sua prática cotidiana como profissional e faz dela seu vínculo com seus alunos, com seus colegas, com a comunidade onde a escola está inserida.

O professor é o principal elo entre o aluno, sua vida e o conhecimento. Só ele é capaz de impor qualidade; isso significa que seu papel e sua voz são fundamentais. Reformas educativas que não consideram isso tendem a violentar a profissão docente e estão fadadas ao fracasso. Leis que amordaçam o professorado ou criam ambientes de tolhimento da liberdade de expressão tendem a calar a participação docente com sua experiência e conhecimentos como o principal instrumento para a melhoria da escola pública. A voz do professorado é essencial na construção da educação pública, universal e de qualidade; por isso...

Fala, mestra! Fala, mestre!

domingo, 20 de julho de 2008

As Metas do Governo para Educação. O Que Muda de Fato?


Sem atingir nenhuma das quatro metas de melhoria na qualidade do ensino fixadas para 2007, pelo plano plurianual 2004-2007, o atual governador do Estado de São Paulo, José Serra, decidiu estabelecer objetivos mais "modestos" em todos os indicadores educacionais para os próximos quatro anos.

A expectativa era que a aprovação no ensino fundamental atingisse 99% no ano de 2007 (meta estipulada no Plano Plurianual 2004-2007). Porém, agora, o governo busca chegar a 95% das aprovações em 2011. Atualmente o índice é de 90,9%.

Quanto a Evasão, a proposta era reduzir o índice de alunos que abandonam a escola de 8,4% para 6%. A taxa atual é de 6,5%. Este foi o indicador que mais se aproximou da meta.

No que diz respeito à Reprovação, a meta além de não ser atingida, ainda piorou muito. Subiu de 9,3% (2004) para 17,6% em 2007, quando a meta estabelecida visava reduzir a Reprovação para 7%.

As novas metas foram revistas depois de nenhuma delas ter sido atingida no período que abrangeu três anos da gestão de Geraldo Alckmin e um do governo Serra, ambos do PSDB, partido que administra o Estado de São Paulo desde 1995 , impondo uma suscessão de políticas Neoliberais na Educação Pública.

Em nota, a secretária da Educação, Maria Helena Guimarães de Castro, disse que as metas estão mais moderadas agora porque a situação atual é "diferente" da de 2004. Ela disse que, "além de procurar aumentar as taxas de aprovação e reduzir as de reprovação e abandono, a secretaria vem investindo em melhorar a qualidade da aprendizagem" (FOLHA ON-LINE 17/07/2008)

Mas, a verdade é que muito pouco vêm sendo feito pela atual secretaria. As medidas adotadas pela atual secretária Maria Helena de Guimarães Castro, pouco diferem das medidas (neoliberais) adotadas nas Gestões anteriores, tais como a (ditadura) de Rose Neubauer e a (pedagogia do afeto) de Gabriel Chalita. Políticas Neoliberais, que nada mudaram a realidade estrutural da Escola Pública.

A Equação Neoliberal é simples. Menos investimentos + Baixos Salários. E ainda querem obter bons resultados com essa formula?

As políticas Neoliberais também não melhora a realidade social de camadas da população que freqüentam as salas de aula das Escolas Públicas Paulistas. Assim, sem emprego, com fome, vivendo a violência das periferias, e com péssimas condições de perspectivas de vida, como esses alunos poderão permanecer na Escola? Como, com essa realidade social diminuir os índices de Evasão e Repetência?

Para mudar a Educação Pública é preciso investir mais em infra-estrutura: equipar as escolas com verdadeiros laboratórios de informática e de Ciências; ampliar o acesso às bibliotecas, que algumas escolas têm mas permanecem fechadas por não ter funcionários preparados; reduzir o número de alunos por sala de aula, há escolas com salas superlotadas, com mais de cinquenta alunos, sem condições estruturais, faltam ventiladores, iluminação adequada, há escolas com vidros quebrados, quadros negros em péssimas condições. Dessa forma, o que a Escola Pública pode oferecer aos seus alunos?

O descaso dos alunos pela escola só reflete o descaso do Poder Público pelo bem Público. E essa relação precisa mudar.

Outro fato. Para a qualidade do Ensino melhorar é preciso investir também em recursos humanos, isto é, no Professor. Este, precisa ser valorizado, ter um salário mais digno e uma jornada menos estafante, para que o docente possa se manter "atualizado" ter acesso ao conhecimento, ler mais, e se preparar para poder dar boas aulas que estimulem os alunos. É necessário um "novo plano de carreira" e um sistema de Dedicação Exclusiva para os Professores.

Enquanto continuar as políticas Neoliberais, que está interessada apenas em estatísticas e em reduzir os gastos do Estado; nada, absolutamente nada irá mudar! Vai entrar Secretária e sair Secretária, e tudo vai continuar igual, isto se não piorar! Basta ver as estatísticas que o PSDB tanto adora. Dos quatro índices estabelecidos no "plano Plurianual" de Geraldo Alckmin, três deles tiveram retrocessoe apenas um chegou próximo da Meta.

E isso para mim, não é surpresa alguma. É apenas a consêquencia da equação Neoliberal na Educação Pública de São Paulo.

É preciso derrubar a Política Neoliberal implantada. Só assim, poderemos ter algum avanço na Educação e em seus índices.

quarta-feira, 16 de julho de 2008

Geografia e Mapas - mudança de relação ou continuísmo?


O Ensino Tradicional da Geografia sempre se confundiu com a confecção (exagerada) de mapas. Basta perguntar para muitos alunos e ex-alunos o que é a Geografia, e quase inevitavelmente surge a resposta, "Geografia é o estudo dos mapas". Uma visão genérica e simplista da Geografia, que tem por objeto de estudo o Espaço Geográfico e por objetivo compreender as relações da Natureza e da sociedade com Espaço no qual vivemos.

Essa visão reducionista da Geografia pelos alunos, deve-se, contudo, a forma como a Geografia sempre fora ensinada nas Escolas.

O mapa, é apenas uma ferramenta pois é a representação do Espaço. O mapa traz informações relevantes e fundamentais para se estudar Geografia e fundamental para compreender o mundo e as interações entre "Espaço-Sociedade-Natureza" (e isso é indiscutível).

Mas, o Ensino Tradicional da Geografia sempre usou e "abusou" dos Mapas. Muitos professores usam os mapas apenas para ilustrar a aula, um determinado tema ou assunto; e pedem aos alunos para "desenhar e colorir mapas", como forma de se estudar Geografia e assim, decorar informações. Hoje, acredito que é preciso e necessário mudar essa relação do ensino de geografia com os mapas. Sei que isso não é uma tarefa fácil.

Os Mapas trazem muitas informações, e dessa forma, é muito melhor e mais útil ensinar aos alunos a "Ler e a Interpretar os Mapas" ao invés de apenas "desenhar e colorir". Há diversos recursos hoje que permitem isso. Basta apenas, nós, professores de Geografia, mudar de postura, e mudar essa relação, tão "Tradicional" do Ensino de Geografia.

A mudança é necessária para transcender esse tipo de "ensino de geografia", ou continuaremos relegando a Ciência Geográfica está posição que se confunde com a Cartografia, e que não vai atrair os alunos para estudos e leituras profundas sobre os temas de relevância de nossa disciplina.

domingo, 13 de julho de 2008

Chile: Professores e Estudantes continuam mobilizados.


No Chile, mesmo sob forte repressão dos "carabineiros", policiais da Era Pinochet, os professores e os estudantes continuam mobilizados e seguem firmes na Luta. Nos últimos meses, ocuparam as ruas da capital chilena e de outras cidades país afora, ocuparam escolas e lutam contra a Lei Geral da Educação (LGE), que irá proporcionar as escolas particulares mais força e privilégios, e enquanto isso, as escolas públicas seguem sucateadas.

São medidas neoliberais do governo de Bachelet, sem dúvidas. É preciso mesmo resistir. Não aceitar essas medidas.

E os estudantes, são a vanguarda das manifestações na chamada "Revolução dos Pinguins", fato que resgata a luta histórica da juventude pelo mundo.

Só a Luta muda a Vida!

terça-feira, 8 de julho de 2008

Entenda Melhor a Sindrome de Burnout

O termo Burnout é uma composição de burn=queima e out=exterior, sugerindo assim que a pessoa com esse tipo de estresse, consome-se física e emocionalmente, passando a apresentar um comportamento agressivo e irritadiço.

Tal síndrome se refere a um tipo de estresse ocupacional e institucional com predileção para profissionais que mantêm uma relação constante e direta com outras pessoas, principalmente quando esta atividade é considerada de ajuda (médicos, enfermeiros, professores).

A Síndrome de Burnout é definida como uma reação à tensão emocional crônica gerada a partir do contato direto, excessivo e estressante com o trabalho. É caracterizada pela ausência de motivação ou desinteresse; mal estar interno ou insatisfação ocupacional que parece prejudicar, em maior ou menor grau, a atuação profissional de alguma categoria ou grupo profissional.

É apresentada como formas de condutas negativas, como por exemplo, a deterioração do rendimento, a perda de responsabilidade, atitudes passivo-agressivas com os outros e perda da motivação, onde se relacionariam tanto fatores internos, na forma de valores individuais e traços de personalidade, como fatores externos, na forma das estruturas organizacionais, ocupacionais e grupais. Podemos dizer que é uma resposta ao estresse ocupacional crônico.

A Síndrome de Burnout pode trazer sérias conseqüências não só do ponto de vista pessoal bem como institucional; é o caso do absenteísmo, da diminuição do nível de satisfação profissional, aumento das condutas de risco, inconstância de empregos e repercussões na esfera familiar.

Alguns autores a define como uma das conseqüências mais marcantes do estresse profissional, onde se destacam a exaustão emocional, avaliação negativa de si mesmo, depressão e insensibilidade com relação a quase tudo e todos (até como defesa emocional).

Inicialmente, a síndrome foi observada em profissionais que estavam predominantemente em contacto interpessoal mais exigente, tais como, médicos, psicanalistas, carcereiros, assistentes sociais, comerciários, professores, atendentes públicos, enfermeiros, funcionários de departamento pessoal, telemarketing e bombeiros. Atualmente as observações já se estendem a todos profissionais que interagem de forma ativa com pessoas, que cuidam e/ou solucionam problemas de outras pessoas, que obedecem técnicas e métodos mais exigentes, fazendo parte de organizações de trabalho submetidas a avaliações.

Entre os fatores aparentemente associados ao desenvolvimento da Síndrome de Burnout está a pouca autonomia no desempenho profissional, problemas de relacionamento com as chefias, problemas de relacionamento com colegas ou clientes, conflito entre trabalho e família, sentimento de desqualificação e falta de cooperação da equipe.

A Síndrome de Burnout se difere do estresse; envolve atitudes e condutas negativas com relação aos usuários, clientes, organização e trabalho, enquanto o estresse apareceria mais como um esgotamento pessoal com interferência na vida do sujeito e não necessariamente na sua relação com o trabalho.


Fonte: Ballone GJ - Síndrome de Burnout - in. PsiqWeb Psiquiatria Geral.

Quais são as Competências e as Habilidades do ENEM?

O que são competências e habilidades no ENEM?

A prova do Enem é elaborada com o objetivo de testar a capacidade do participante em cinco grandes competências, que podem ser assim resumidas: dominar linguagens, compreender fenômenos, enfrentar situações-problema, construir argumentação e elaborar propostas. Estas competências serão avaliadas por meio de 21 habilidades, sendo três questões para cada. Habilidade nada mais é do que o conhecimento ou talento que você tem para cumprir determinada tarefa ou, como no caso, responder a uma questão.

Competências da Prova Objetiva:

I - Dominar linguagens

Dominar a norma culta da língua portuguesa e fazer uso das linguagens matemática, artística e científica

O Enem quer saber até onde vai a sua capacidade para entender as várias formas de linguagem, seja um texto em português, um gráfico, uma tira de história em quadrinhos ou fórmulas científicas. Você tem de demonstrar que conhece e entende os códigos verbais e não-verbais. Pode ser até mesmo na forma de uma equação de física.

II- Compreender fenômenos

Construir e aplicar conceitos das várias áreas do conhecimento para a compreensão de fenômenos naturais, de processos históricos-geográficos, da produção tecnológica e das manifestações artísticas

Esta competência reúne diversos conhecimentos e uma mesma questão pode envolvê-los todos ao mesmo tempo. Você terá que saber os conceitos que lhe foram passados pelos professores e pelos livros. Mas isso não quer dizer que você tenha que decorar conceitos, mas deve ser capaz de reconhecê-los. Para entender os fenômenos naturais, processos históricos-geográficos, produção tecnologia e manifestações artísticas, você precisa dominar a competência I, ou seja, saber ler diversas linguagens que transmitem o conhecimento sobre o fenômeno. Uma competência leva à outra.

III - Enfrentar situações-problema

Selecionar, organizar, relacionar e interpretar dados e informações representados de diferentes formas, para tomar decisões e enfrentar situações problemas

Depois de dominar a linguagem e compreender os fenômenos, você precisa ter competência para solucionar uma questão ou um problema. Ou seja, saber encontrar a resposta certa depois de entender o que se pede (dominar a linguagem) e ter informações sobre aquele fenômeno (compreender fenômenos).Você faz isso quando responde a uma questão de matemática ou quando resolve um problema de física.

IV - Construir argumentação

Relacionar informações, representadas em diferentes formas, e conhecimentos disponíveis em situações concretas, para construir argumentação consistente

Competência fortemente presente na redação, valoriza a capacidade de argumentação. Ou seja, conhecer um assunto ou um tema, assumir uma posição e defender uma idéia. Para convencer outras pessoas a compartilhar seus pontos de vista, é necessário ter argumentos sólidos, inteligentes, bem fundamentados e conhecimento firme do tema que está sendo discutido.

V - Elaborar proposta

Recorrer aos conhecimentos desenvolvidos na escola para a elaboração de propostas de intervenção solidária na realidade, respeitando os valores humanos e considerando a diversidade sociocultural

O Enem quer saber se você é capaz de opinar e propor soluções para o cotidiano e a vida real. É nesta competência que você demonstra a sua cidadania. Você precisa ter idéias, dar opiniões e sugestões sobre como tornar o mundo melhor, com relação ao meio-ambiente, o desemprego, a pobreza e outros problemas sociais.

As Competências na Redação.

Na redação, o participante deve demonstrar domínio das mesmas competências apresentadas para a prova objetiva. Mas elas são propostas de uma forma especial.

I- Demonstrar domínio da língua culta: você deve usar a norma-padrão da língua portuguesa, que é o registro adequado para um texto formal como a dissertação. Serão examinadas concordância das palavras, regência, pontuação, flexão, ortografia e pontuação.

II- Compreender a proposta de redação e aplicar conceitos de várias áreas do conhecimento para desenvolver um tema, dentro dos limites estruturais do texto dissertativo-argumentativo: para construir seu texto, você pode buscar informações em todas as áreas do conhecimento, desde que não fuja da proposta. Feita a seleção de dados, é hora de construir relações entre os conceitos, interpretá-los e, assim, montar sua dissertação.

III- Selecionar, relacionar, organizar e interpretar informações, fatos, opiniões e argumentos em defesa de um ponto de vista: o que conta não é a quantidade de informações, mas a qualidade. Você deve buscar informações em seu repertório de conhecimento e só usar o que é interessante para abordar o tema.

IV- Demonstrar conhecimento dos mecanismos lingüísticos necessários para a construção da argumentação: esta competência se relaciona à defesa do seu ponto de vista de forma articulada, baseado em argumentos fortes e consistentes.

V- Elaborar proposta de intervenção para o problema abordado, demonstrando respeito aos direitos humanos: você deve pensar em propostas inteligentes para lidar com o tema abordado e apresentá-las de forma clara e convincente. O foco principal é o respeito aos valores humanos.

FONTE: Inep

O que é Avaliado no ENEM?

A Prova

Para a elaboração da prova do Enem, constituída de uma parte objetiva e uma redação, é utilizada uma matriz de competências. Neste caso, a palavra competência está ligada à capacidade do estudante, entre outras coisas, em dominar a norma culta da Língua Portuguesa, compreender fenômenos naturais, enfrentar situações-problema, construir argumentações consistentes e elaborar propostas que atentem para as questões sociais. A cada competência corresponde um conjunto de “habilidades”, que seriam a demonstração prática dessas competências.

Parte Objetiva

Quem já fez ou teve contato com a prova objetiva do Enem percebe que se trata de uma avaliação diferente. Isso porque as 63 questões do Exame não favorecem a decoreba, não oferecem pegadinhas, nem exigem macetes.

A prova do Enem é interdisciplinar, ou seja, ao contrário de muitos vestibulares, não é dividida por disciplinas, mas procura reunir conhecimentos de diversas áreas em uma mesma questão, relacionando-os.

O Exame avalia a sua capacidade em resolver situações-problema. Esta é outra das suas particularidades. Entendida como uma forma de aprendizagem, a situação-problema propõe interação com a questão e a reflexão sobre ela. É por esta razão que os conceitos decorados e macetes, técnicas comuns em cursinhos pré-vestibulares, não ajudam muito. O que conta é o conhecimento adquirido na vida escolar e no dia-a-dia.

Redação

A proposta de redação do Enem é baseada em diferentes textos e linguagens que tratam de temas atuais e nacionais. Estes textos estimulam a reflexão e a avaliação a respeito dos argumentos, informações, fatos e opiniões que apresentam. A partir dessa análise, o participante do Enem deve criar um novo texto argumentativo-dissertativo, onde apresente seu ponto de vista.

FONTE: INEP

segunda-feira, 7 de julho de 2008

Saúde do Professor - Sinal de Alerta!

Texto Escrito por Carlos Ramiro de Castro, Ex-Presidente da Apeoesp. O texto foi escrito em 20/04/2007.

E nada mudou...

Os neoliberais brasileiros possuem mais do que tentáculos na chamada grande imprensa brasileira. Os jornalões estão mergulhados de corpo e alma na defesa do "Estado mínimo" e têm se esforçado ao máximo em interferir na opinião pública para defendê-lo. Quem mais sofre com a política neoliberal – levada a cabo em nosso Estado pelo PSDB – são as áreas de saúde e de educação públicas. Nos últimos meses, matérias e artigos têm tentado descaracterizar as reivindicações dos professores e professoras por melhores condições de trabalho e por melhores salários. Economista com pós-graduação nos EUA, Gustavo Ioschpe é um destes tentáculos, que encontra eco, por exemplo, na revista "Veja". Em artigo publicado em março naquele periódico, Ioschpe afirma, sem provar e sem qualquer constrangimento, que os professores recebem salários superiores à média nacional, e chega a dizer que a jornada dos professores – média de 40 horas semanais – é mais "leve" que a dos demais trabalhadores brasileiros. Uma afronta!

Na sua trajetória em defesa da Escola Pública e dos direitos dos interesses da categoria, a APEOESP (Sindicato dos Professores do Ensino Oficial do Estado de São Paulo) tem dedicado especial atenção à saúde dos professores e das professoras.

Resultado de uma pesquisa sobre a saúde do professor realizada entre os delegados e delegadas presentes ao XIX Congresso Estadual da APEOESP, ocorrido em novembro de 2003, e que agora está sendo publicada no livro Saúde dos Professores em Questão, desmente as desinformações do sr. Ioschpe.

Os dados da pesquisa, em geral, confirmam uma realidade que professoras e professores conhecem, mas que as autoridades insistem em desprezar: o trabalho dos docentes, tal como está sendo desenvolvido hoje, está deixando muitos profissionais doentes ou suscetíveis a várias doenças. Dos 1.626 professores paulistas que responderam ao questionário, 80% queixaram-se de cansaço, 61% de nervosismo, 55% de ansiedade, 44% de angústia. Mais alarmante ainda é o dado de que quase metade (46,2%) destes professores teve o estresse como diagnóstico médico confirmado. Os dados demonstram que a saúde dos professores está em sinal de alerta. E, que ao lado dos problemas da voz, o estresse parece constituir o maior problema de saúde desta categoria de trabalhadores.

A pesquisa nos dá uma pista sobre a origem do mal que aflige atualmente a classe. A superlotação de aula – a grande maioria leciona para classes com mais de 36 alunos – aliada à preocupação com os alunos, quer por sua situação social, o baixo rendimento e a precariedade de vínculos empregatícios de grande número de professores, são geradores de sofrimento.

O estudo que está sendo lançado pela APEOESP pretende integrar posteriormente um projeto maior de pesquisa com o propósito de diagnosticar o perfil da carreira docente e a obtenção de mais uma ferramenta para a busca de soluções para os problemas que os professores vêm enfrentando no cotidiano.

domingo, 6 de julho de 2008

Cerca de 20 mil professores aprovam a manutenção do estado de greve

Cerca de 20 mil professores aprovam a manutenção do estado de greve
Reunidos em assembléia na Praça da República, em frente ao prédio da Secretaria da Educação, cerca de 20 mil professores aprovaram a suspensão da greve e manutenção da mobilização em defesa dos direitos da categoria.
Todos os presentes foram unânimes em considerar o movimento grevista uma grande demonstração de força e organização da categoria na defesa de seus direitos e da qualidade da escola pública. A greve obrigou o governo estadual a comparecer em audiência de negociação instaurada pelo Tribunal Regional do Trabalho. Além disso, obrigou-o também a apresentar propostas referentes às reivindicações da categoria. Até a decretação do movimento, o governo e a secretaria ignoravam a pauta dos professores.
Audiência no Tribunal Regional do Trabalho
A greve dos professores é um direito legítimo garantido pela Constituição Federal. A legitimidade garantiu a abertura de negociação perante o Tribunal Regional do Trabalho. A primeira audiência ocorreu nesta sexta-feira, 04, às 15 horas, com a presença da APEOESP e representantes da Secretaria da Educação.
Durante a audiência, ficou acertado em termo, assinado por ambas as partes, que os professores poderiam suspender a greve, desde que o governo pagasse os dias parados, instituísse um calendário de reposição e abrisse um processo de negociação sobre a questão salarial, o cumprimento da data-base, a revogação do Decreto 53037 e da Lei 1041, e os demais itens da pauta.
Diante desta possibilidade, os professores, em assembléia, aprovaram a suspensão do movimento e a manutenção do estado de greve. Caso o governo não cumpra a sua parte, conforme determinação do TRT, desrespeitando o processo de negociação, os professores voltarão à greve. Conforme trecho contido no termo de audiência, “(...) a Procuradoria Geral do Estado se comprometeu a encaminhar ao governador do Estado de São Paulo a proposta da Apeoesp, até o dia 08/07/2008, devendo comunicar a entidade até o dia 10/07/2008.
Representantes da Apeoesp afirmaram, ainda, que se o prazo acordado não for cumprido, a greve será retomada.
Diante do Vice-Presidente Judicial Regimental Desembargador Carlos Francisco Berardo, que conduziu a audiência, as partes reafirmaram seu compromisso de prosseguir as negociações sobre os demais temas em pauta.”Além disso, o descumprimento por parte do governo levará ao acionamento do TRT para o julgamento do dissídio coletivo.